29 junho 2007

Uma nova moda?... será?...
(ou "Quem tramou Ricardinho?")


O Benfica (diria eu) "estreou" uma nova forma de estar no período de defeso. Quase todos os dias saem comunicados negando interesse num jogador de que se fala na comunicação social.


Eu acho isto particularmente bizarro, mas se calhar sou eu que sou meio esquisito nestas coisas.


Já o tinha feito em relação a Andrés Madrid mas em três dias (os últimos três), o clube da Luz lançou no site oficial comunicados negando o interesse em Antunes, depois em Hugo Viana e, por fim, negando também que a possibilidade de Ricardinho (craque da equipa de Futsal do Benfica) fazer a pré-época com o plantel principal do Futebol de 11 tenha sido, inclusivamente, equacionada.


Tal como não nego à partida uma ciência que não conheço, também não nego à partida a veracidade dos referidos comunicados mas parece-me algo excessivo que seja necessário a uma instituição da grandeza do Benfica negar oficialmente o interesse em qualquer jogador que seja. Quanto mais... três jogadores (!), sendo um deles da "casa" e - notoriamente para quem com ele falou acerca da tal notícia do Record que dava conta da sua passagem dos pavilhões para os relvados - entusiasmado com o que o alegado "seu futuro" lhe reservava, muito embora negasse (também ele oficialmente - por imposição da FPF, já que estava ao serviço da selecção nacional) o interesse da SAD do Benfica nos seus préstimos junto do plantel principal.


Não digo que assim tenha acontecido, mas temo que Ricardinho tenha sido "apanhado" no turbilhão de comunicados de negação publicados nos últimos dias. Desconfio mesmo que as coisas, que até estariam bem encaminhadas para o craque do Futsal fazer mesmo a pré-época no Seixal, tenham ido "por água abaixo" por uma certa necessidade da Direcção "encarnada" não sentir que é pressionada pela comunicação social.

O que não se pode esquecer é que, para que as notícias saiam, têm de ter uma origem. E essa origem, na grande maioria das vezes, está DENTRO do próprio clube e não nos jornais, rádios ou televisões.


Agora falta saber se um dia não ouviremos um dirigente benfiquista dizer que o Ricardinho só não foi para o Futebol de 11 do Benfica por culpa dos jornalistas, que tornaram pública uma situação que até o jogador (ainda que remotamente) admitia ser uma realidade e sobre a qual não conseguia esconder uma alegria imensa.

Uma coisa estou em condições de afirmar. Não foi a imprensa que "tramou" Ricardinho. Alguém deve ter "tramado". E desconfio (tenho quase a certeza) que foi o tal comunicado.

22 junho 2007

Já fostes...


Demorei a escrever de novo porque, a seguir à eliminação de Portugal do Euro 2007 (a que se seguiu a possibilidade de jogar o play-off para os Jogos Olímpicos, fruto da passagem da Inglaterra às meias-finais do torneio), voltei a Portugal e pareceu-me que podia (e devia) esperar então pelo jogo com a Itália para fechar o “dossier” Sub21, pelo menos no que toca à equipa das quinas, já que ainda há uma final para disputar.

O título do post (com o erro assumido, para que se torne mais “portuga”) é aquilo que se me oferece dizer e um pouco aquilo que o leitor quiser que seja. Eu explico.

Obviamente, pode ser aplicado à eliminação de Portugal logo na 1ª fase do europeu. Portugal “foi-se” logo no 1º jogo, diria; já que a Holanda seria sempre um osso terrivelmente duro de roer e só uma vitória (e não um empate, como foi profusamente dito pelos responsáveis da equipa lusa) servia os interesses. Basicamente, acho que as contas foram mal feitas e deu no que deu.

Portugal também se “foi” por tudo o que aconteceu entre o jogo com a Holanda e a partida frente a Israel. Tanta coisa, tanta coisa… Tanta palavra foi dita sem “medição” da sua importância (e consequência) por jogadores, técnicos e até Madaíl (já agora, Sr. Presidente, o discurso do “ainda somos pequeninos” – já usado no Mundial da Alemanha e outras tantas vezes no passado – não estará gasto...?) que a UEFA respondeu em conformidade. E a Holanda também. A UEFA nomeou para o jogo com Israel o tal 4º árbitro que ditou a expulsão de Couceiro frente à Holanda e Foope de Haan, perante as suspeições portuguesas de “arranjinho” com a Bélgica… não empatou 0-0, como todos diziam… mas sim 2-2, num jogo inenarrável mas que serve de lição a todos os que ingenuamente ainda não se aperceberam que o futebol tem muito de bonito mas também tem muito de… enfim… chamemos-lhe matreirice. É pena que não se dê a importância devida aos ditados populares. “Pela boca morre o peixe”, teria sido bom ter sido recordado ANTES de se entornar o caldo como se entornou.

Portugal já foi também mais importante (e mais bem sucedido) a nível do futebol jovem. Hoje em dia parece haver muitos (e bons) nomes na equipa nacional de Esperanças… mas não boas equipas. A humildade mostrada fora de campo não se vê lá dentro… e isso (como diria um adepto da selecção em Groningen) “faz uma falta do caraças”. Concordo.

E, ontem à noite, Portugal já foi a jogo (como deve ser) com a Itália, numa boa partida de bola, essencialmente da equipa das quinas, mas em que o 0-0 persistiu mais por falta de concentração dos atacantes portugueses do que por mérito dos defesas italianos. Dominar durante duas horas uma equipa transalpina que até ali era a “dominadora” dos seus jogos não é suficiente se não se marcar. Nos penáltis tudo é possível… e foi.

Já fostes, Portugal. Já fostes…

Como sempre, espero que esta frustrante participação dos Sub21 sirva de exemplo para que não aconteça algo de semelhante no futuro. Mas… também foi isso que eu esperei após o desastre do ano passado…! Deste Euro2007 “português” saem “bem” Miguel Veloso, Manuel Fernandes, João Moutinho, Varela, Semedo, Vaz Té e Manuel da Costa, que foram – na minha opinião – os melhores de Portugal, pela competência de uns e alegria de outros, ingredientes que fazem dar prazer ver um jogo de futebol. Nani precisa de ir para Manchester. Notou-se… demais… durante o torneio. Que vá e cresça, que bem precisa.

Por fim, atrevo-me a dizer que a Holanda arrisca-se – como manda a tradição – a não vencer o Campeonato da Europa em casa. Desde bem antes do início do Euro que digo que a Sérvia podia ganhar isto. E acho que vai ganhar. Aliás, espero. Com a postura de Foope de Hann neste torneio (e sublinho que gosto do estilo do treinador holandês, mas nem tudo é aceitável), seria bom que a Holanda também sentisse que não vale tudo na bola. Sim, de Haan teve razão praticamente sempre que falou mas, tal como aos portugueses, ter-lhe-ia ficado bem ter ficado calado uma vez ou outra. Se, pelo contrário, a Holanda ganhar… ainda bem, na mesma. Porque o público “laranja” (e o país fantástico que é) merece isso e muito mais.

16 junho 2007

De quem é este onze...?


Paulo Ribeiro
João Pereira
Manuel da Costa
Semedo
Antunes
Miguel Veloso
Manuel Fernandes
João Moutinho
Vaz Té
Nani
Hugo Almeida

Se é de Couceiro, Caçador ou de mais alguém (ou de outro "alguém")... não sei. Sei é que Couceiro não queria revelá-lo e que Caçador não hesitou em fazê-lo. Daí a minha dúvida. Mas se não sei de quem é a equipa titular para daqui a pouco, aqui no Euroborg de Groningen... espero só que seja... de Portugal.

Parlapiê de um "badameco"


Depois de perder com a Holanda (e empatar com a Bélgica), Portugal lançou-se ao "pescoço" da UEFA, da arbitragem deste Europeu e, mais concretamente, de Marc Batta, que hoje em dia nomeia os árbitros para o torneio, mesmo que em tempos tenha protagonizado momentos como este.


Hoje [ontem], ao que parece, Couceiro exaltou-se e quase se levantou para sair da conferência de imprensa (a última antes do decisivo jogo contra Israel - que pode valer tudo, como pode não valer nada para as cores nacionais; logo se vê...). A mim, pessoalmente, parece-me bem.

Não que eu estivesse presente. Não estive. Estava ali a qualquer coisa como 60 km de distância, numa outra conferência de imprensa onde ninguém se levantou, mesmo nas perguntas mais incómodas. No entanto, ainda assim, o gesto veemente de José Couceiro parece-me extremamente bem... porque dá um bom "boneco" (acima de tudo isso) e faz com que a selecção Sub-21 seja mais falada, pelo menos. E isso é bom!... acho eu...!

Couceiro (o mesmo que se levantou na conferência de imprensa) não se vai levantar de um banco em que também não se vai sentar este sábado no jogo frente a Israel. É um facto (não é uma opinião; e digo isto antes que me intitulem de "badameco" só por emitir a minha opinião na blogosfera - já aconteceu esta semana...). Rui Caçador (graças a Deus há Rui Caçador!) saiu ontem [anteontem] em defesa de Couceiro, de "espada" apontada a Batta e aos lobby's que eu chamaria de "de olho azul".

A UEFA, calmamente, respondeu aos protestos de Portugal nomeando para arbitrar o Israel - Portugal o mesmo juiz que foi 4º árbitro no Portugal - Holanda e que, basicamente, "expulsou" Couceiro do jogo. Também isto me parece bem.

O discurso do "ainda somos pequeninos" está gasto. Madaíl já usou essa ladaínha vezes sem conta. Agora fê-lo de novo. Não há pachorra. Os dirigentes portugueses ainda nao perceberam isso. Se haverá lobby's na UEFA, se serão do Centro e Norte da Europa... se calhar, há... mas isso pouco interessa. Se é Batta a nomear os árbitros... isso chateia-me um bocado, confesso, porque aquele jogo com a Alemanha (e eu tenho uma estima pessoal pela equipa germânica) ficou-me muito atravessado aqui. Mas ele nomeia e olha... paciencia...!

A verdade (na minha opiniao de "badameco") é que Portugal empatou um jogo com alguma sorte e perdeu outro com alguma justiça (pese, embora, o "factor apito" e tal). Não fez para muito mais. Se Portugal é "pequenino" como os nossos dirigentes dizem é também poque assim se faz, perante equipas ao seu nível mas, eventualmente, com mais nome.

Está visto que "lançar-se ao pescoço" da UEFA não é o caminho. A UEFA (diriam os brasileiros) não está nem aí...! Batta lembrar-se-á daquela noite na Alemanha (estou certo de que se lembra) e, ouvindo as mais recentes declarações portuguesas, sentir-se-á no mínimo divertido pelo folclore instalado em Zeegse e Lisboa.

Amigos: Se quiserem aceitar um conselho de um amigo/badameco (começo a gostar de me auto-intitular assim)... joguem à bola. A sério! Tudo o que vier por acréscimo será bom... basta é que trabalhemos para isso.
Se não...!

12 junho 2007

Eu não quero ser agoirento…


… mas há coisas difíceis de NÃO constatar. Assistir a treinos das selecções portuguesa e holandesa de sub-21 é algo de preocupante. Por quê? Por quase tudo, basicamente. Entrar na organização de um simples treino de futebol, no caso da "Jong Oranje", é um mundo… muito (demasiado) à parte daquilo a que estamos habituados até em algumas das melhores equipas seniores da Europa. Entrar num treino da selecção portuguesa… é … assim-assim; podem ver-se “estrelas” como Nani, Moutinho, Hugo Almeida, Miguel Veloso, Manuel Fernandes e Yannick mas nada mais de verdadeiramente excitante se passa, na verdade.

Na equipa holandesa tudo mexe. O treino começa, todos fazem os exercícios… até o treinador, Foope de Haan, na frescura dos seus 64 anos de idade. Raramente há partes do relvado inutilizadas ou com gente parada (e quando digo “raramente” estou a exagerar em muito, porque não me lembro realmente de o ter visto acontecer). Quando o toque a reunir é para os remates à baliza… todos chutam (e muito bem!), sem excepção. Ou seja, tudo age como um bloco, como uma verdadeira equipa. No final, cada jogador tem um espaço para falar aos jornalistas e quando há jornalistas para falar com eles, vão, sabem que têm de ir e mesmo assim vão sem fazer cara de frete, respondem a tudo de forma concisa e clara, como bons comunicadores.

Na formação portuguesa… não. O treino começa e só Rui Caçador (graças a Deus há Rui Caçador!) acompanha os exercícios, apesar do recente susto que o afastou deste estágio. Pouco depois, a equipa está partida em grupos, estando uns em maior actividade do que outros. Rematam os “habituais”, aqueles que têm maior precisão e mais potência de chuto; os outros ficam parados ou a fazer outras coisas… mais devagarinho. E quando se trata de falar à imprensa, então aí tudo parece ser feito com uma desconfiança terrível, como se os jornalistas fossem “bichos papões”, ávidos de polémica (neste campo, em Portugal, ainda não se aprendeu que, quanto mais se “protegem” os jogadores, mais especulação se promove – e lá se vai a teoria da protecção, já que a especulação prejudica muito mais do que uma verdade, mesmo que dura e difícil).

Portugal e Holanda jogam esta quarta-feira. Eu estou preocupado, sinceramente. Foope de Haan diz que Portugal tem uma boa linha avançada e pouco mais, que é muito individualista e que lhe pode acontecer o que aconteceu o ano passado, pela mesma razão. Se calhar… está correcto.

No fundo, no fundo, espero que não esteja, obviamente. Espero que os treinos de Couceiro a que assisti sejam mesmo só para enganar e que, na verdade, tenha havido treinos “rasgadinhos” em que toda a gente “deu o litro” sem pensar se seria melhor evitar choques porque isso poderia prejudicar o próximo contrato e espero que essa coisa de os jogadores falarem a conta-gotas (e nem sempre bem) com os jornalistas seja só porque os atletas são tímidos.

Para terminar, espero que esta quarta-feira Portugal ganhe à Holanda, por muito que goste do estilo de Foope de Haan e saiba que a equipa holandesa é, provavelmente, bem superior à formação portuguesa.

11 junho 2007

Euro sub-21

Portugal empatou na estreia, frente à Bélgica. Tendo em conta o que o adversário jogou, não foi um mau resultado para o conjunto luso. Ainda assim, fica sempre a ideia que esta equipa não rende o que se esperava. É certo que os nomes não ganham jogos, mas esperava mais de uma equipa que tem (entre outros) Miguel Veloso, Manuel Fernandes, João Moutinho, Nani e Hugo Almeida, entre outros. Fica sempre a ideia que não há fio de jogo, que não há estratégia, que está toda a gente à espera que uma dessas estrelas decida as coisas. Como seria bom ver todo este talento a funcionar no colectivo. Esperemos que tal ainda seja visto na Holanda.

10 junho 2007

Dia de Portugal

* - os erros ortograficos, de pontuacao e acentuacao deste texto devem-se a dificuldade em encontrar teclados que "falem" a mesma lingua que nos aqui na Holanda. Obrigado pela sua compreensao.

E, de facto, Dia de Portugal. 10 de Junho. Data em que, coincidentemente, comeca o Campeonato da Europa da categoria Sub21 aqui na Holanda.

Portugal entra em campo com os seus mais recentes "inimigos" desportivos. Os ecos da polemica entre o guarda-redes belga e Cristiano Ronaldo (ambos das seleccoes "AA") nao se tem feito sentir mas o facto e que tanto a equipa de Esperancas portuguesa como a da Belgica alinham com jogadores comuns aos dois escaloes, pelo que, em campo algo podera ainda dar a entender que algo nao vai bem entre dois paises com duas formacoes que, recentemente, se encontraram em condicoes complicadas (tanto em Portugal como na Belgica) de tensao perfeitamente desnecessaria.

Nao sera certamente o que estara em causa neste jogo de estreia do Euro 2007. Acredito que Portugal queira muito mais apagar a pessima imagem deixada na edicao do ano passado da mesma competicao do que tirar uma desforra do facto de os simbolos nacionais terem sido banidos em quase todo o estadio em Bruxelas.

Assim sendo, Portugal esta obrigado a vencer aqui em Groningen, desde longo fazendo o que nao foi capaz no primeiro jogo de 2006, em Braga, frente a Franca. Nesse dia... que nao foi de Portugal (longe disso), a equipa claudicou clamorosamente, mais apos os 90 minutos do que durante o jogo (ha que dize-lo em boa verdade), mas claudicou.

Hoje (daqui a pouco, melhor dizendo - faltam 95 minutos para o "kickoff") Portugal tem a sua "segunda oportunidade". Esperemos que a agarre. No final, veremos se a agarrou.

Por ora, espero (pessoalmente) que seja um BOM... Dia de Portugal.