31 julho 2007

Algumas «lampionices»

Ainda no rescaldo do jogo no Egipto e antes de ver em acção os mais recentes (três) reforços, algumas considerações sobre o Benfica 2007/08:
Ponto 1. Antes de mais há algo que não entendo. O Benfica andou vários anos a jogar com extremos e a sentir falta de um matador. Agora tem um matador (Cardozo) e não ha ninguém que vá à linha cruzar bolas.
Ponto 2. Sou fã do 4x4x2 em losango mas continuo a não conseguir ver no Benfica capacidade para tirar proveito máximo deste sistema (que saudades do Porto de Mourinho, com Costinha, Pedro Mendes, Maniche e Deco)
Ponto 3. Neste Benfica não vejo essa dinâmica a meio-campo. No Egipto, mesmo com jogadores como Petit, Manuel Fernandes e Katsouranis no miolo, a equipa foi muito passiva. Várias vezes viu-se Petit a reclamar com os seus colegas, que não pressionavam. Manuel Fernandes e Katsouranis atropelam-se muito. Parece-me que o meio-campo do Benfica não pode jogar com ambos em simultaneo. Ou um ou outro, num dos vertices. No outro tem de jogar um elemento mais dinâmico e mais ofensivo. Se Simão ainda morasse na Luz seria Rui Costa. Agora que o capitão foi para Madrid, parece-me mais indicado que o «maestro» passe para «10» e que o vertice esquerdo fique entregue a alguém como Nuno Assis ou Di Maria.
Ponto 4. Freddy Adu tem muita qualidade mas não pode ser visto como o «salvador da pátria», nem sequer como o homem que vai fazer de Simão. É um prodígio mas tem apenas 18 anos. Está a crescer ainda é preciso ter paciência. Pode ir rendendo o veterano Rui Costa na posição «10», em alguns jogos, e pode ainda ser um belo parceir0 de ataque para Cardozo.
Ponto 5. Bergessio tem categoria mas não me convence muito, sou sincero. É esforçado mas para mim um avançado tem de ter outra classe. Nunca gostei de avançados que batem mais nos defesas que o contrário. Parece-me que o Benfica podia ter arranjado um jogador de qualidade idêntica sem precisar de ir à Argentina gastar o que gastou. E parece-me também que um Nuno Gomes em condições (que não está) ia acabar por ser o parceiro de Cardozo.
Ponto 6. Fábio Coentrão agrada-me. Se conseguir transformar aquela rebeldia (às vezes até arrogância) em auto-confiança, tem tudo para ser craque. Pena é que o sistema utilizado não o favoreça.
Ponto 7. Nélson continua sem nada na cabeça. Quando um jogador revela debilidades e ainda recebe mal os conselhos dos colegas mais experientes, dificilmente evolui. É bom que o Benfica contrate um lateral «a sério». Isso e um central que possa ser alternativa a David Luiz e Luisão (e com a saída de Anderson). Isto porque me parece que Zoro não é um elemento a ter em conta. Faz-me até confusão constatar que no Benfica exista um jogador que revela dificuldades em fazer um passe de três metros, sem qualquer tipo de pressão.

24 julho 2007

Holly(Beck)Wood


Confesso que Los Angeles (LA) é uma cidade que, potencialmente, me fascina. Potencialmente. Não me fascina já, assim, de caras. Talves me fascine... um dia... quando lá for. Por ora, só tenho uma forte sensação de que poderá fascinar-me bastante. E sei por quê.

Acima de tudo porque me diverte ver o quão ôca é toda aquela realidade feita de coisas opostas à própria realidade. Tudo ficcionado, mas "feito" real, num abrir e fechar de olhos. É giro! Extravagante! Excêntrico! Até... parvo! E fascinante, parece-me.

Beckham ir para os LA Galaxy é isso mesmo. Uma extravagância que só resulta da maneira que está a resultar por ser Beckham (e não outro) no centro de todo o furor criado em torno de um jogador de... soccer que vira mega-star num país em que o... football é outro e se joga com capecetes, ombreiras e protecções rijas nos genitais.

Desde que chegou, o... jogador/actor/vip/modelo/showman/(etc.) ainda só esteve em campo a fazer aquilo para que foi contrado durante 13 minutos. E nem sequer jogou algo que se visse, já que está lesionado. No entanto, há meses que em LA não se fala noutra coisa e as festas, as apresentações, os confettis, os flash's, as conferências de imprensa, os spots publicitários e todos os afins vão-se multiplicando a uma velocidade e quantidade vertiginosas.

Ontem, uma festa - digamos - social juntou mais de 600 convidados, entre actores, cantores, figuras do jet7, políticos, apresentadores de tv (sim... a Oprah também foi!) e, claro, figuras do desporto (Abel Xavier está nas suas "sete quintas", acredito)... para homenagear a chegada de Beckham... como se de um deus se tratasse.

Hollywood é gira por isso. Usa e deixa-se usar. Beckham está a aproveitar a sua imagem e LA a aproveita-se da imagem dele. Beckham é o "último grito" na cidade e ser fotografado/a ao seu lado significa (até daqui a uns tempos) estar "na moda". Um dia, tudo isso desvanecerá, como de resto tudo desvanece em Hollywood... quando novo "último grito" surge por aquelas bandas.

Já disse que Beckham é jogador de futebol e ainda só jogou 13 minutos...? Ah... pois... Já disse. Mas isso pouco importa, até porque quando estiver em campo não haverá grandes possibilidades de mais alguém posar para ser fotografado ao seu lado, o que é uma chatice.

Mais vale que esteja "cá fora", de facto...!

14 julho 2007

Ainda José «Coveiro», perdão, Couceiro...

Não tenho interesse nenhum em «fazer o funeral» a Couceiro, mas não posso deixar de criticar o seleccionador, acima de tudo pelo discurso. Não custa nada assumir que a prestação portuguesa foi um desastre, tanto no Europeu de sub-21 como no Mundial de sub-20. Mas Couceiro prefere sempre encontrar algo de bom (pena que esse optimismo não passe para as suas equipas). Nos últimos dias o técnico não se cansou de repetir, a próposito do Europeu de sub-21, que tinha sido a terceira melhor prestação portuguesa. Sabem quantas vezes participámos? Cinco! Era suposto ficarmos satisfeitos com o terceiro lugar do grupo ou com a presença no «playoff» de acesso aos Jogos Olímpicos?! Couceiro devia ter feito o mesmo que Zequinha, que à chegada pediu desculpa pelo seu acto irreflectido. O discurso até pode ter sido encomendado mas ficou bem.
Deixo ainda uma outra crítica a Couceiro, que deve ser reencaminhada directamente a Gilberto Madaíl, que, diga-se, sacode sempre a água do capote. Na selecção portuguesa de sub-20 não vi o mínimo sinal de filosofia de jogo. Não se viu uma jogada com principio, meio e fim, o que explica o facto de não termos marcado nenhum golo de bola corrida. Para isto tenho uma explicação: Couceiro não teve tempo algum para trabalhar esta equipa, pois esteve na Holanda com os sub-21. Só começou a pensar nos sub-20 quando veio da Holanda. Isto de dirigir as duas equipas só podia dar mau resultado. E isto é responsabilidade do presidente da federação.

13 julho 2007

Cada Tiro, Cada Melro...


Há vezes em que preferia não ter razão. Mas enfim... Também já "fostes" no Mundial Sub20, da forma que se viu, para mais com a sina de sermos rotulados como "feios, porcos e maus". Tenho pena. Tenho muita pena.

09 julho 2007

Sub (menos) 20


Antes de tudo mais, devo dizer que gosto de ter respeito pelas pessoas sobre as quais escrevo, naturalmente para que o respeito seja recíproco.

Por José Couceiro "pessoa" tenho. É um indivíduo simpático, afável, bom conversador e sapiente nos assuntos que aborda, especialmente os profissionais, está bem de ver. Já a passagem dessa mesma sapiência para a prática profissional não tem, na minha modesta opinião, o mesmo calibre que uma boa conversa com ele sobre futebol possa antever.

As equipas que treina aparecem "encolhidas" em campo e poucas vezes a fantasia reconhecida ao futebol português (principalmente nas camadas jovens, desde os sucessos de 89 e 91, precisamente nos Mundiais Sub 20) aparece, para frustração de todos: dos adeptos (e no Canadá têm sido aos milhares!...) e até dos próprios atletas, aparentemente sub-aproveitados.

Os resultados têm, infelizmente, reflectido isso mesmo. O jogo com a Gâmbia, então... acho mesmo ser o "espelho" da postura de Couceiro perante os adversários que, estatisticamente, parecem sempre ter (na opinião do técnico) maior qualidade que os nosso (talentosos) jogadores.

Portugal consegue o primeiro objectivo delineado para este Mundial Sub-20 (passar aos "oitavos"), mas precisou de recolher à repescagem, o que não é de todo o que mais prestigia a equipa. O mesmo aconteceu ao Brasil, que há vários meses Couceiro vem apontando como o "grande candidato ao título", baseando-se como sempre nas estatísticas e nos "dados" que sempre traz às conversas. Ou seja, os dados estatísticos valem o que valem... e em campo valem muito pouco, como se vê.

Repito: gosto de respeitar as pessoas sobre quem escrevo. E, por isso, digo também que gostaria de respeitar o profissional José Couceiro. Não tem sido é nada fácil, confesso.

02 julho 2007

Esperanças...


As que tenho vão unicamente num sentido: de que se faça mais e melhor (com nomes mais jovens e de menos "peso" no mundo da bola) do que no mês passado na Holanda. De resto...!