Já fostes...
Demorei a escrever de novo porque, a seguir à eliminação de Portugal do Euro 2007 (a que se seguiu a possibilidade de jogar o play-off para os Jogos Olímpicos, fruto da passagem da Inglaterra às meias-finais do torneio), voltei a Portugal e pareceu-me que podia (e devia) esperar então pelo jogo com a Itália para fechar o “dossier” Sub21, pelo menos no que toca à equipa das quinas, já que ainda há uma final para disputar.
O título do post (com o erro assumido, para que se torne mais “portuga”) é aquilo que se me oferece dizer e um pouco aquilo que o leitor quiser que seja. Eu explico.
Obviamente, pode ser aplicado à eliminação de Portugal logo na 1ª fase do europeu. Portugal “foi-se” logo no 1º jogo, diria; já que a Holanda seria sempre um osso terrivelmente duro de roer e só uma vitória (e não um empate, como foi profusamente dito pelos responsáveis da equipa lusa) servia os interesses. Basicamente, acho que as contas foram mal feitas e deu no que deu.
Portugal também se “foi” por tudo o que aconteceu entre o jogo com a Holanda e a partida frente a Israel. Tanta coisa, tanta coisa… Tanta palavra foi dita sem “medição” da sua importância (e consequência) por jogadores, técnicos e até Madaíl (já agora, Sr. Presidente, o discurso do “ainda somos pequeninos” – já usado no Mundial da Alemanha e outras tantas vezes no passado – não estará gasto...?) que a UEFA respondeu em conformidade. E a Holanda também. A UEFA nomeou para o jogo com Israel o tal 4º árbitro que ditou a expulsão de Couceiro frente à Holanda e Foope de Haan, perante as suspeições portuguesas de “arranjinho” com a Bélgica… não empatou 0-0, como todos diziam… mas sim 2-2, num jogo inenarrável mas que serve de lição a todos os que ingenuamente ainda não se aperceberam que o futebol tem muito de bonito mas também tem muito de… enfim… chamemos-lhe matreirice. É pena que não se dê a importância devida aos ditados populares. “Pela boca morre o peixe”, teria sido bom ter sido recordado ANTES de se entornar o caldo como se entornou.
Portugal já foi também mais importante (e mais bem sucedido) a nível do futebol jovem. Hoje em dia parece haver muitos (e bons) nomes na equipa nacional de Esperanças… mas não boas equipas. A humildade mostrada fora de campo não se vê lá dentro… e isso (como diria um adepto da selecção em Groningen) “faz uma falta do caraças”. Concordo.
E, ontem à noite, Portugal já foi a jogo (como deve ser) com a Itália, numa boa partida de bola, essencialmente da equipa das quinas, mas em que o 0-0 persistiu mais por falta de concentração dos atacantes portugueses do que por mérito dos defesas italianos. Dominar durante duas horas uma equipa transalpina que até ali era a “dominadora” dos seus jogos não é suficiente se não se marcar. Nos penáltis tudo é possível… e foi.
Já fostes, Portugal. Já fostes…
Como sempre, espero que esta frustrante participação dos Sub21 sirva de exemplo para que não aconteça algo de semelhante no futuro. Mas… também foi isso que eu esperei após o desastre do ano passado…! Deste Euro2007 “português” saem “bem” Miguel Veloso, Manuel Fernandes, João Moutinho, Varela, Semedo, Vaz Té e Manuel da Costa, que foram – na minha opinião – os melhores de Portugal, pela competência de uns e alegria de outros, ingredientes que fazem dar prazer ver um jogo de futebol. Nani precisa de ir para Manchester. Notou-se… demais… durante o torneio. Que vá e cresça, que bem precisa.
Por fim, atrevo-me a dizer que a Holanda arrisca-se – como manda a tradição – a não vencer o Campeonato da Europa em casa. Desde bem antes do início do Euro que digo que a Sérvia podia ganhar isto. E acho que vai ganhar. Aliás, espero. Com a postura de Foope de Hann neste torneio (e sublinho que gosto do estilo do treinador holandês, mas nem tudo é aceitável), seria bom que a Holanda também sentisse que não vale tudo na bola. Sim, de Haan teve razão praticamente sempre que falou mas, tal como aos portugueses, ter-lhe-ia ficado bem ter ficado calado uma vez ou outra. Se, pelo contrário, a Holanda ganhar… ainda bem, na mesma. Porque o público “laranja” (e o país fantástico que é) merece isso e muito mais.
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