12 maio 2007

E os adeptos cantam…
“There’s only one… George Michael!...”*

* - uma tentativa de referência aos cânticos dos adeptos de futebol britânicos
(pouco conseguida, admito)

Acho absolutamente bizarra toda esta situação criada em volta do Académica – Sporting de Domingo.

Não que haja falta de bizzarias no futebol em Portugal. Esta será só mais uma. Será um fait-divers que, mais tarde ou mais cedo, será naturalmente esquecido (quem sabe, substituído por outro… ou outros) e que, mais tarde ou mais cedo, será recordado, precedido das palavras “Xiii! E lembras-te daquela vez em que…”. Penso ser este o destino daquilo de que tanto se fala neste momento, muito sinceramente.

O bizarro não começa nem acaba com um concerto e um jogo de futebol – por sinal, crucial para as contas do campeonato – a realizarem-se com menos de 24 horas de diferença num mesmo espaço, mas encerra-se no imbróglio que os dois espectáculos consecutivos cria.

Parece-me, no mínimo, estranho que a Académica – mesmo não sendo a entidade exploradora do Estádio Cidade de Coimbra – não tenha objectado (pelo menos, publicamente) contra a realização do concerto de George Michael. Seria puro, simples e mínimo bom-senso. Não o fez… mas fez mais ou menos o contrário. Quando o Sporting, obviamente, se insurgiu contra o facto (consumado) do espectáculo se realizar, a “Briosa” ripostou com uma azeda declaração onde disse não admitir que o clube de Alvalade viesse a desculpar um eventual mau resultado com a questão do estado do relvado.

Quê?!?!

Na verdade, acho que ninguém entendeu bem, tal como eu, o “contra-comunicado” da Académica “dirigido” ao Sporting. Mas enfim.

A data do jogo há muito estava marcada. A do espectáculo… surgiu recentemente. Para isso ninguém tem explicação… ou ninguém quer ter.

Resta saber se o arrojo de quem marcou e de quem permitiu a marcação do concerto (a Liga esteve particularmente mal, atrevo-me a dizer) vinga e se o relvado estará mesmo em condições ou não de se jogar a partida de Domingo à noite. Eu não sei se estará ou não. Por mim, logo se vê.

Acho é que tudo isto poderia e deveria ter sido evitado. A dúvida sobre o relvado não existiria, George Michael poderia actuar noutro local (Coimbra até tem o “Queimódromo”, que é o local eleito pela cidade para fazer espectáculos) e a (também ela bizarra) troca de comunicados entre os clubes não se somaria ao já lamentável número de parvoíces que se dizem no nosso futebol.

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